Linhagens celulares ATCC e o número de passagens

O cultivo de linhagens celulares in vitro é uma ferramenta amplamente utilizada em pesquisa.

Entretanto, a capacidade de manter células em cultura por tempos longos abre uma discussão em relação às práticas de sub-cultivo e à qualidade de dados científicos gerados. Uma preocupação que vem sendo levantada é quanto ao número de passagens, ou seja, o número de vezes que uma população de células foi removida de um frasco de cultura para sub-cultivo.

Por que o número de passagens da linhagem celular influencia os resultados?

Linhagens celulares com um número alto de passagens, podem sofrer alterações na morfologia, no desenvolvimento, na proliferação, na expressão gênica, na eficiência de transfecção, dentre outros numerosos efeitos. Portanto, limitar o número de passagens de uma linhagem celular é um passo importante para garantir resultados confiáveis e reprodutíveis.

Então, qual seria um número alto de passagens para linhagem celular ATCC? Vejamos abaixo.

Qual é o limite ideal de passagens segundo a ATCC

Esta é uma pergunta complexa que não possui uma resposta certa. Uma revisão da literatura sobre o impacto do número de passagens em linhagens celulares mostra que os efeitos são complexos e dependentes de numerosos fatores, como o tipo da linhagem celular ATCC, o tecido e espécie de origem, as condições da cultura e a aplicação para a qual as células são utilizadas.

Além disso, um número de passagem considerado “alto” para uma linhagem celular pode não provocar efeitos significantes em outras linhagens. Portanto, a restrição do valor máximo de passagens usado para uma dada linhagem celular ATCC em um determinado experimento é importante a fim de evitar a variabilidade proveniente de efeitos relacionados ao número de passagens.

Erros comuns no controle de passagens de células ATCC 

Quando falamos em linhagem celular, os erros mais comuns no controle de passagens de células ATCC incluem não registrar corretamente o número de passagens, utilizar células em passagens muito altas sem avaliar alterações morfológicas, misturar linhagens sem rastreabilidade, e subcultivar de forma irregular (deixando as células ultrapassarem a confluência ideal). 

Outro erro frequente é não congelar estoques em passagens baixas, o que compromete a padronização e a reprodutibilidade dos experimentos. 

Para evitar esses problemas, a ATCC recomenda manter planilhas de controle atualizadas, seguir protocolos específicos de cada linhagem e sempre retornar ao estoque original após cerca de 10 a 20 passagens.

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